Frase: "A Física Quântica prova a existência do Espírito e seus atributos"

Essa frase é perspicaz, porque traz à tona os nossos desejos de que a ciência acadêmica assuma de vez o Espírito como um de seus objetos de estudo. Isso porque algumas características que algumas partículas subatômicas apresentam parecem casar perfeitamente como descrito nas obras espíritas sobre as características ou atributos dos Espíritos.

Não é que ela esteja errada, mas devemos ter cuidado. Primeiro porque somente agora, em agosto de 2009 é que os primeiros experimentos de interação entre o mundo quântico, nanométrico, dos átomos e partículas, e o mundo macroscópico estão sendo realizados a fim de se saber quais e se os efeitos quânticos sobrevivem no nosso mundo macroscópico. Então é, no mínimo, cedo para se dizer que uma coisa leva a outra.

Provavelmente a "partícula" espiritual ainda está a caminho de ser descoberta, pois as experiências realizadas ainda estão restrita à matéria ordinária. Nem ao menos foram encontradas as dimensões extras, apesar de já previstas teoricamente. Então ainda é cedo dizer que a física quântica prova o Espírito e suas características. Provavelmente há grande relação, mas é armar os adversários do Espiritismo usarmos tal frase. Pior ainda é citar partículas específica, como os fótons.

Seria melhor dizer que os físicos, encontrando partículas cada vez menores e mais energéticas, estão, aos poucos, provando a existência de matérias cada vez mais sutis e mais energéticas, o que acaba por ajudar a demonstrar a revelação espírita; mas será ainda necessário tirar o véu do orgulho de ambas as partes para que o casamento entre a ciência e a religião, proposta por Kardec a 150 anos realmente se faça na Terra.

Dos cientistas vejo que a teimosia em não adotar o espírito, como um objeto de estudo sério está não só dificultando a vida de muitas disciplinas científicas, como a psicologia e a medicina (mas também poderíamos incluir aí até a física e a cosmologia), como está se deixando a mercê de um status quo social quase insustentável nos dias de hoje.

Por outro lado, a antiquada percepção que o Espiritismo está dividido em duas correntes, os cientificistas e os místicos, com uma superioridade inegável para este último grupo, torna, a cada momento que passa, o Espiritismo realmente mais místico e mítico, sendo necessário uma revisão, não em suas bases, mas em seu meio, isto é, no movimento que sustenta a sua divulgação.

Encarar os fenômenos espíritas como fenômenos naturais e, por isso mesmo, estudáveis cientificamente é uma abordagem necessária, sem esquecer contudo, que as consequências destes estudos, mais que as "provas" da existência dos Espíritos, deve estar sedimentadas na mudança de conduta e o nascer de um novo homem na Terra.

Com isto, as consequências morais do Espiritismo retirará a ciência das amarras terríveis que tem hoje com a sociedade capitalista moderna em que a ela e técnica se transformaram em meios de ainda escravizar o homem pelo homem. Necessitamos, pois colocar amor nesta equação!

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